Mas ela diz que saber que está "ajudando a diminuir o sofrimento das pessoas aplacando sua fome", lhe dá enorme satisfação. E adiciona que não ter fome é um direito básico. "Quando se tem fome não se pode ter saúde, educação e nenhum outro direito", ela justifica. "Mas as pessoas precisam aprender a pescar e não simplesmente receber um peixe. É um direito de todos ser capaz de matar a própria fome."
Aos 7 anos, Ramos sabia que queria ser uma agrônoma e aos 12, que queria trabalhar na África. Sua experiência como bolsista na University of Bradford foi crucial para moldar sua carreira.
"O Rotary me mostrou um novo ângulo. Pude observar como trabalhando com segurança alimentar poderia contribuir com a paz e garantir direitos a pessoas que muitas vezes não são ouvidas. Ao longo da história, a fome já causou mais mortes do que guerras e doenças, sendo a principal causa de morte na história da humanidade", acrescenta. "Mas as pessoas só se lembram dela em situações de fome em massa. Na maior parte das vezes ela passa despercebida. É uma assassina silenciosa."
Com a recente escassez de alimentos, Ramos tenta ajudar da melhor maneira possível. "O sorriso de uma criança, a consciência de que alguém foi dormir de barriga cheia e a sensação de que Deus não nos abandonou, me dão energia para continuar me esforçando. Mesmo em momentos difíceis", ela afirma.