Um vídeo divulgado no fim de 2009 virou hit no You Tube no começo deste mês. É uma montagem com trechos de campanhas para prevenção de acidentes veiculadas nos últimos 20 anos pela Transport Accident Commission (TAC), organização governamental do estado de Victória (Austrália), que paga o tratamento de pessoas envolvidas em fatalidades no trânsito.
A repercussão do vídeo foi grande, especialmente nos EUA e no Canadá. Mais de 1,3 milhão de pessoas assistiram aos cinco minutos de fortes cenas que mostram colisões, transporte de feridos e reações de familiares à notícia de que seus entes-queridos haviam se acidentado – muitas delas, reais.
A maioria das imagens abaixo não são reais, mas são impactantes, cuidado.
Chocante? Com certeza. Mas os resultados aparecem. De acordo com a TAC, em 1989, primeira vez que um de seus comerciais foi ar, 776 pessoas tinham morrido em acidentes nas estradas de Victoria. Em 2008, o número de mortes foi reduzido para 303.
Até 2020, muitas ações como essas devem surgir. Isso porque a Organização das Nações Unidas (ONU) estabeleceu a “Década de Ações para a Segurança no Trânsito” a partir do próximo ano, com o objetivo de reduzir a quantidade de acidentes de trânsito em todo o mundo.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o número de mortes em consequência de colisões no trânsito chega a 1,3 milhão ao ano – o mesmo número de pessoas que assistiu ao vídeo da TAC. As projeções para 2020 são de que os óbitos atinjam 2 milhões, se medidas de combate à violência nas estradas não forem adotadas.
No Brasil, o Centro de Experimentação e Segurança Viária (Cesvi Brasil), a Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet) e a Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP) lançaram no ano passado o site www.chegadeacidentes.com.br, onde os cidadãos podem fazer parte de um abaixo-assinado que apóia a criação e implantação de um Plano Nacional de Segurança Viária.
A página traz, ainda, um relógio virtual que estima quantas vítimas os acidentes de trânsito provocaram desde 18 de setembro de 2009, quando o site foi ao ar. Os dados registrados às 17h00 de 19 de março deveriam chocar mais que as imagens do filme da TAC:
- 18.725 mortes
- 59.324 internações
O impacto econômico causado pelos acidentes seria de aproximadamente R$ 16,6 bilhões. O suficiente para pagar mais de 69 mil cestas básicas, 475 mil casas populares, 333 hospitais de reabilitação e 114 km de linhas de metrô em São Paulo.