No último mês de Janeiro, o Rotary Club de Curitiba Oeste incluiu em sua programação um debate sobre "O Papel dos Rotary Clubs no Combate à Corrupção". Nessa ocasião não tínhamos idéia de que o assunto despertaria tamanho interesse e que vários Clubes passariam a debater o novo tema, com tanta disposição e motivação.
Isto demonstrou o clamor dos rotarianos para que nossa organização se posicione nacionalmente sobre o assunto e que um grito rotário de "BASTA" ecoe em todos os Distritos do Brasil. Demonstrou também que os rotarianos estão dispostos a empunhar esta bandeira, obviamente dentro dos preceitos e bom senso que norteia nossa organização.
Não desejamos perseguir este ou aquele corrupto. Não desejamos imputar responsabilidades neste ou naquele partido político. Não desejamos ofender ou culpar nossos governantes. O que desejamos é pressionar de forma rotária nossas autoridades e esclarecer nossa população sobre a necessidade de se criar dispositivos eficazes e contundentes de combate à corrupção. Dispositivos estes que valham tanto para o Presidente da República, quanto para nossos filhos e netos. Dispositivos que coíbam novos atos de corrupção através de punição rápida e eficaz, tanto para o corruptor quanto para o corrompido.
Nosso País não comporta mais aumentos ou criação de novos impostos. Então temos que fazer o quê? Fazer como qualquer empresa privada faz em tempos de crise. Enxugar os custos, otimizar processos, manter estritamente os cargos necessários e ampliar o controle e o combate ao desperdício e mal uso das ferramentas disponíveis.
Imagine que, antes de aumentar ou criar qualquer imposto ou taxa, nossos Governantes fossem obrigados a demonstrar por "A" + "B" o que tem sido feito para minorar o desperdício, eliminar o desvio de verbas, diminuir o efetivo e aproveitar estruturas criadas anteriormente. Também deveriam demonstrar o montante de verbas recuperadas, que haviam sido desviadas por corrupção.
Não há mais espaço para omissão. Temos que exigir competência das pessoas que escolhemos para nos representar e fiscalizar seu comportamento. Não há mais espaço para Imunidade Parlamentar, Foro Privilegiado e lentidão da Justiça. O Judiciário deve ser finalmente independente do Executivo e a CNJ exercer suas funções fundamentais.
E o Rotary? Através de seus fóruns semanais, devemos concatenar ações para atingir esses anseios legítimos do cidadão. Precisamos ser o fiel da balança, sem paixões partidárias e muito menos ambições políticas.
Em suma, devemos aplicar a Prova Quádrupla a todo o momento. Se assim o fizermos, verificaremos que o ato de omissão ou complacência não é justo e muito menos benéfico para todos os interessados.
Sergio Luiz Sottomaior Pereira
Presidente 2011/2012
Rotary Club de Curitiba Oeste
Quem nunca fez uma chantagenzinha em troca de um favor? Quem não usou o tal "jeitinho brasileiro" a seu favor? Será que existe o 0% corrupto?
No Brasil, vivemos uma realidade paralela. Temos as pessoas mais ricas e as mais pobres também, são dois cenários que se contrapõem todos os dias. No sinal o menino pede uma moeda, no plenário o deputado desvia a verba. Estamos no momento da ascensão, com a faca e o queijo na mão. Tem o pré-sal, o destaque internacional e para o pobre falta 1 real.
Historicamente acompanhamos as grandes fraudes que as quais o Brasil sofreu e sofre até hoje as conseqüências. Será que a culpa toda é de quem está no poder? Vamos nos colocar no lugar, será que você com 1 milhão nas mãos e chances de arrecadar 10 mil para sua mãe no hospital, não faria um bom desvio de verba? É claro que lá no plenário o roubo é por bem menos, e disso nós sabemos, mas não interessa o motivo, os honestos e íntegros não deixam a desejar, esses anônimos fazem grandes diferenças na sociedade, salvam muitas vidas - inclusive, enquanto os corruptos e corruptores eliminam as chances de muitos viverem..., pasmem: matam muitos ao assim proceder.
Nós erramos no simples, quando somos colocados sob pressão procuramos um desvio, muitas vezes até de conduta. O que parece é que essa mentalidade preguiçosa entrou em nossas cabeças e agora se necessita de um esforço muito grande para tirá-la. Escutamos: "Não tem problema, é pouquinho mesmo, eles roubam milhões". Aí está o grande problema, desde pequenos, no ciclo básico da educação somos condicionados a troca, a chantagem, quem nunca ouviu "Se você não fizer o que a mamãe falou, vai ficar de castigo, não ganha o brinquedo." Esse condicionamento é carregado a vida toda e quando chega o poder o desvio de conduta acontece.
A solução para tudo isso pode ser que nunca encontremos, mas parados é que não dá para ficar. Em vez de críticas aos "homens do poder", deveríamos (devemos) combater a corrupção pouco a pouco. Começa em casa, aprendendo valores elevados como respeito as pessoas e aos bens de uso comuns, ensinado aos filhos pelo exemplo, formando uma geração base com um bom caráter; depois na escola colocando em prática tudo aquilo que aprendemos, assim também na faculdade, no mercado de trabalho e na vida em sociedade. Todos os dias somos colocados em prova, cabe a cada um decidir o futuro da sua nação combatendo aos poucos a desonestidade e a corrupção. Busquemos então os bons modos, a integridade e a verdade em qualquer situação.
Manuella Costa Pires
Presidente 2011/2012
Interact Club de Curitiba Oeste